Foto: Irlan Simões
Está chegando o final do ano. O movimento Não Pago entende que embora esse período seja conhecido como de festas, com Natal e Ano novo, sabemos que é o momento também onde os empresários preparam o aumento das passagens de ônibus. É um momento de comemoração para muitos, mas não para todos os trabalhadores, como os rodoviários que continuam o seu suado trabalho para garantir a ida e vinda dos trabalhadores. Portanto, seguimos alertas!
O Não Pago completa em janeiro de 2014 três anos de existência. Nesse período, a discussão do transporte coletivo, a apresentação de dados e informações, a compilação das leis que tratam do transporte, aumentaram sensivelmente. Mas cresceu principalmente a organização e a mobilização popular. Esse é o ponto que julgamos mais importante. Mais do que audiências no ministério público e aparições na mídia e na câmara de vereadores, o que mais importa são as manifestações populares. Elas é que realmente possuem a força transformadora. E no último período muitas das mobilizações organizadas pelo Não Pago foram referências de luta em todo o estado, em especial Aracaju, Barra dos Coqueiros, Socorro e São Cristóvão. Entretanto, a força do empresariado e de seus parceiros na mídia, no judiciário, no legislativo e nas prefeituras ainda é muito grande.
O primeiro ato do Acorda Aracaju chegou a ter cerca de 40 mil manifestantes nas ruas, com várias bandeiras de luta, entre as quais se destacava a redução do aumento da passagem. Nesse mesmo dia, o vice prefeito Machado anunciou a redução de R$2,45 para R$2,35 na passagem de ônibus da Grande Aracaju. Essa redução foi fruto de um acordo entre o Governo Federal e os empresários do transporte, que permitiu a desoneração dos impostos PIS/COFINS. Essa medida demonstra que a prioridade da presidenta Dilma, é atender o interesse dos grandes empresários em detrimento das necessidades da classe trabalhadora. As reduções dos valores das passagens não devem está vinculadas a desoneração de impostos.
Foto: Fernando Correia.
Foto: Fernando Correia.
Esse pouco tempo de existência demonstra que se a população atua de forma organizada, as condições para conquistar direitos é muito maior. Não houve aumento das passagens justamente entre janeiro de 2011 e junho de 2013. Foi o maior período sem aumento desde antes dos anos 2000. Contudo, o sistema de transporte em nada foi alterado, os rodoviários e a população continuam massacrados pela ganância dos empresários e pela subserviência dos políticos que não tem coragem de enfrentar o abuso de poder econômico pois tem o "rabo preso" com o financiamento das campanhas eleitorais.
O Não Pago também foi muito além e se envolveu em diferentes lutas comunitárias, ocupações urbanas, lutas dos rodoviários, enfim, atuou de forma a fortalecer as diferentes lutas da sociedade, a partir da compreensão de que a unidade dos movimentos e dos trabalhadores é fundamental para transformar a realidade social e que os empresários do transporte são somente uma fatia da classe dominante e que há muitos inimigos a serem enfrentados. Participamos de debates nas periferias, nas escolas e universidades, nos espaços abertos pela mídia, onde foi possível chegar para enviar a nossa mensagem. Mas ainda há muito por fazer. Não estamos nem um pouco satisfeitos com a atual situação.
Foto Fernando Correia.
Nos últimos meses, em especial depois da manifestação do 07 de setembro, onde o movimento foi brutalmente reprimido pela polícia militar, o Não Pago tem priorizado o avanço nos estudos, na comunicação e no trabalho de conscientização da população sobre os seus direitos em relação ao transporte. Foi nesse período que realizamos o "Outubro Negro", o festival "Catraca Livre", recentemente lançamos a cartilha do movimento sobre Transporte Público com a discussão da Tarifa Zero e do controle social do sistema de transporte. A não realização de manifestações públicas, não significa em momento algum a paralisia do movimento como querem fazer acreditar alguns setores da mídia, mas com a definição de outras prioridades para fortalecimento da própria luta.
Nos últimos meses, em especial depois da manifestação do 07 de setembro, onde o movimento foi brutalmente reprimido pela polícia militar, o Não Pago tem priorizado o avanço nos estudos, na comunicação e no trabalho de conscientização da população sobre os seus direitos em relação ao transporte. Foi nesse período que realizamos o "Outubro Negro", o festival "Catraca Livre", recentemente lançamos a cartilha do movimento sobre Transporte Público com a discussão da Tarifa Zero e do controle social do sistema de transporte. A não realização de manifestações públicas, não significa em momento algum a paralisia do movimento como querem fazer acreditar alguns setores da mídia, mas com a definição de outras prioridades para fortalecimento da própria luta.
Foto Raiane Souza
No próximo ano teremos
copa do mundo e possibilidade de novas manifestações de massa no Brasil.
Algumas cidades já começam a anunciar aumento de passagem nos ônibus. Será que
os governantes e os empresários não entenderam o recado do povo nas ruas? Se
eles não entenderam, estamos prontos para repetir. Que não restem dúvidas. Em
2014 o Movimento Não Pago estará mais uma vez na linha de frente da luta por um
transporte público, gratuito e de qualidade e pela transformação radical da
sociedade capitalista.
Contra o aumento das passagens! R$2,35 é um roubo! Tarifa zero já!
Movimento Não Pago - Dezembro de 2013