quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Nota de solidariedade do Movimento Não Pago às mobilizações nacionais contra o aumento da tarifa do transporte coletivo.

Nota de solidariedade do Movimento Não Pago às mobilizações nacionais contra o aumento da tarifa do transporte coletivo.

A tradição dos oprimidos nos ensina que o estado de exceção em que vivemos é na verdade a regra geral. Precisamos construir um conceito de história que corresponda a essa verdade. Nesse momento, percebemos que nossa tarefa é originar um verdadeiro estado de exceção.”( W. Bejamin)

O movimento não pago se configura enquanto um instrumento que questiona o atual modelo de transporte coletivo em Aracaju e Grande Aracaju (Barra, Socorro e São Cristóvão). Suas ações se pautam pela necessidade de defender um modelo de transporte que seja realmente público, gratuito, e de qualidade. Essas ações batem de frente com os interesses dos grandes empresários, que coligado com as diversas prefeituras, impõe à população uma condição precária do transporte, estabelecendo aumentos abusivos nas tarifas, e impedindo um direito básico de ir e vir.

O ano de 2012, se inicia com intensas agitações da população que está indignada e vão as ruas lutar contra o aumento da tarifa do transporte. Em Teresina – PI, o prefeito Elmano Ferrés (PTB) em parceria com o governo de Wilson Martins (PSB), vem reprimindo toda e qualquer mobilização da população contra o aumento do preço da tarifa. As táticas utilizadas, evidenciam práticas fascistas, onde o estado joga toda a sua força na defesa dos interesses das grandes empreiteiras. Imagens chocantes como a que ocorreu no inicio do mês, onde centenas de policiais reprimiram com bomba de efeito moral, spray de pimenta, balas de borracha os manifestantes. Nos permitem nacionalizar a indignação. Já foram mais de 40 pessoas presas com estes atos.

Em Vitória do Espirito Santo, os estudantes vão a rua para fazer a consciência política do povo contra as máfias envolvendo o Conselho Tarifário. Este conselho é dominado pelos grandes empresários que, anualmente anuncia o aumento da tarifa e e refuta qualquer discussão acerca da mobilidade urbana e das condições do transporte. Sem contar as irregularidades nas licitações que estão vencidas a 14 anos. As lutas na capital capixaba também esta sendo duramente reprimida pelas forças políciais.

Além dessas duas cidades muitas outras estão em processo de mobilização como é o caso de Belém-Pa, Joinville-SC, Belo Horizonte – MG, Rio de Janeiro – RJ, Uberlândia – MG, Campinas – SP. Essas mobilizações chama atenção para refletirmos que o problema do transporte não é algo localizado, mas sim um problema que acaba legitimando uma lógica de exploração, e em momentos de crise, como a que estamos vivenciando, esses problemas acabam se acentuando. O que nos resta é a luta!

Por estarmos caminhando no sentido de um movimento social organizado nos solidarizamos com as diversas mobilizações que estão ocorrendo no país e acreditamos na necessidade de unificarmos essas lutas pontuais com as questões referentes a transformação da sociedade. Nesse sentido faz-se necessário articularmos essas lutas para contrapor a essa lógica de privatização e precarização do transporte público.

Aracaju, 18 de Janeiro de 2012

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