quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quem somos?

O Movimento Não Pago surge no início de 2011, em mais uma das tentativas de jovens estudantes e trabalhadores barrarem o aumento abusivo do transporte coletivo na capital Aracaju. Neste ano a passagem aumentou para R$2,25. Isso significa que um trabalhador que ganha um salário mínimo por mês e vai e volta para o trabalho por 24 dias no mês, tem um gasto de R$54,00, ou seja, 10% da sua renda. Isso se ele não precisar ir para qualquer outro lugar, se divertir nos finais de semana e ainda pagar a passagem dos filhos. Isso tudo por mês deve pesar muito no orçamento de uma família de trabalhadores. É justo que um trabalhador gaste essa quantia por um péssimo sistema de transporte?

Nós não nos contentamos com essa situação. Sabemos que a miséria da população que necessita andar de ônibus é o que sustenta o lucro dos empresários. Essa é a idéia central do movimento Não Pago: a luta em defesa de um transporte coletivo, público, gratuito e de qualidade. O estado não pode continuar negociando direitos da população já tão sofrida. Temos o direito de ir e vir, ou apenas se pagarmos a cara tarifa de ônibus? Mas e os impostos? Não já pagamos uma carga excessiva que nos permitiria ter um transporte enquanto um direito de se locomover pela cidade, tal qual a educação ou a saúde são bancadas pelos impostos? O que, de fato, impede que isso aconteça? O que impede que o sistema de transporte seja “desprivatizado”?

Juntos com as demais explosões de revolta popular que surgiram em diversas capitais pelo país, mostrando que o problema do transporte não é localizado, mas atende a uma lógica específica de exploração, defendemos a seguinte bandeira: Tarifa Zero! Pauta que simboliza justamente o nosso norte estratégico, qual seja a transformação do transporte num direito de fato e não numa mercadoria. E isso não se dará por decreto ou vontade entre as partes, mas somente com muita luta e engajamento da sociedade. Teresina deu o exemplo e com mais de 30 mil pessoas nas ruas, não deixaram que a passagem aumentasse novamente. É possível resistir! É possível avançar!

Desta forma, enquanto movimento social organizado, sabemos que não conseguiremos as conquistas sozinhos ou lutando pelos outros, mas somente com o efetivo envolvimento do conjunto da juventude e da classe trabalhadora. Por isso não dá para conseguir as coisas do dia para a noite e precisamos acumular forças, nas lutas contra o aumento da tarifa, por melhorias na qualidade das linhas e dos terminais, por salários dignos para os rodoviários, entre outras pautas que nos ajudem a ter melhoras, nem que sejam pontuais. Mas não podemos perder o objetivo maior, pois se não deixarmos de pagar o lucro do patrão, não resolveremos o problema na sua raiz. Para nós, é tempo de radicalidade!

Como não é possível abandonar a história da luta pelo transporte na capital, relembramos sempre dos tempos do MPL - Movimento Passe Livre e reinvidicamos esse acúmulo como parte fundamental para nossa leitura da realidade nos dias atuais. Assim, não desconsiderando o que já passou, aprendendo com diversas experiências de luta, nos propomos a dialogar. Venha para o Movimento Não Pago! Lute por transformação social!

2 comentários:

  1. VOCÊS VÃO ACEITAR UMA "REDUÇÃO" NO PREÇO DA PASSAGEM PAGANDO ESSE REDUÇÃO COM DINHEIRO DO PRÓPRIO BOLSO ?!

    Estamos vendo nos meios de comunicação os governos renunciando receitas dos impostos, porquê esses pobrezinhos de empresários picaretas não podem perder um centavo no preço das passagens. Isso quer dizer que essa redução está sendo paga com dinheiro do nosso próprio bolso! Ora, não sei se vocês sabem, mas mais impostos significa mais dinheiro para obras públicas, ou seja, é mais dinheiro para ser gasto com a própria população. Não vale dizer que esse dinheiro não vai para o povo mas para o bolso dos políticos. É que, mesmo que isso tenha um fundo de verdade, ao menos uma parte reverte para a população, ao passo que a renúncia dos impostos só quer dizer que o empresário vai dar uma reduçãozinha safada no preço, na data da redução e depois vai embolsar SEMPRE a diferença ocasionada pela renúncia dos impostos, e nunca mais a população vai ver o dinheiro desses impostos, ainda que seja uma pequena quantidade dele. O espertinho do Alkman (PSDB), governador de São Paulo, vai para televisão dizer que os "pobrezinhos" dos empresários não iriam suportar uma redução no preço das passagens, mas "ingenuamente" esquece que o consumidor sempre paga a passagem como se deslocasse até o final da linha, mas a grande maioria sempre salta antes do final da linha. Como se não bastasse, o cálculo das passagens sempre leva em conta a lotação normal dos veículos, e todos sabemos que as empresa extrapolam várias vezes a lotação dos veiculos, com a conivência criminosa, remunerada ou não dos fiscais das prefeituras e guarda de trânsito. Repito então, vocês vão aceitar uma "redução" no preço das passagens paga com dinheiro do seu próprio bolso?! Esses picaretas políticos estão lhes dando uma redução com uma mão, ao mesmo tempo que nos roubam com a outra, renunciando impostos em prol de empresários picaretas, que muitas vezes lhes pagam propinas!

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  2. QUERO SOMENTE VER SE VOCÊS POSSUEM CONSCIÊNCIA SOCIAL, OU COMO DIZ A IMPRENSA SAFADA: É UM MOVIMENTO SOCIAL POR CENTAVOS. Se aceitarem essa renúncia de impostos, serão mesmo, um movimento social por centavos!

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