PIROTECNIA DE UMA TRAIÇÃO:
Vitória política do “movimento não pago”
*Carlos Alberto de Jesus – Naput
Em tempos de discussão sobre traição na política sergipana, a anatomia do traidor do povo foi protagonizada num espetáculo pirotécnico com ares de “ópera bufa” de péssima qualidade, terça-feira passada, pelo Sr. Prefeito de Aracaju (dublê de zabumbeiro e empresário da construção civil), Edvaldo Nogueira, e o Superintendente da SMTT, o médico, Antônio Samarone, que durante o anúncio do “não aumento” de passagem, ficou o tempo inteiro andando como um cão raivoso atrás do Alcaide. Logo ele, um sujeito educado, simples, receptivo, gentil, incapaz de ser grosseiro, neo-comunista cristão, surpreendeu com essa postura de segurança. Há ainda outros personagens menos importantes, mas que ganhariam troféu de melhor coadjuvante, como o superintendente do Sindicato patronal (empresários de ônibus), que nem lembro o nome, que aparece na seqüência e a imprensa pau-mandado que tratou de mostrar pesquisas populares adiantando logo-logo que os usuários do sistema adoraram a notícia.
Foi patético o prefeito e o seu assessor da SMTT, fazerem um espetáculo regado a PowerPoint, tentando dizer que a frota é nova, como não era em tempos passados, com os seus aliados no poder, sendo que nem ele, nem Samarone e muitos dos que estavam ali, nem eu, que agora escrevo, andamos de ônibus há mais de 20anos, embora quando estou sem carro, não tenho o oficial com motorista, batedores e segurança para me deslocar para o trabalho.
Vamos às análises: como não houve reajuste, se os empresários do transporte tiveram isenção de impostos, previamente discutido e acertado nas caladas da noite? Esse é o primeiro elemento de traição à população. Segundo passo: como não se tem lucro? Aí falo como docente de Matemática: congelo o preço, diminuo o imposto devido e não aumento minha margem de lucro? Vou ter que voltar para a universidade que um dia o nosso Alcaide abandonou para rever meus conceitos. Terceiro ato: a reclamação indecente, descabida e descarada daquele senhorzinho do órgão patronal dizendo que essa armação era um absurdo. Quarto ato: a imprensa em estado de “choque” entrevistando a população, que insistiu em dizer que era bom o “não aumento”, inclusive porque o transporte não é de qualidade na cidade da “qualidade de vida”. Mas que qualidade? Não esqueçamos que a frota tá sucateada.
Diante disso tudo o que é mais grave, no espetáculo “bufa” medievalesco foi o fato do prefeito dizer que havia vinculo dessa decisão do congelamento com o processo de licitação do transporte público, isso me cheira a um arrumadinho que esses mesmos empresários ganharão a licitação se ficarem obedientes a essa estratégia, depois de licitado, aí virá a farra, como diria nosso prefeito comunista católico “em nome de DEUS”.
Na aparência todas as reinvidicações do “movimento não pago” foram atendidas, mas na essência o episódio mostra o que é trair a população por parte da gestão municipal e que a antecipação do movimento quanto ao aumento de passagem foi a melhor estratégia para desmascarar o esquema eleitoral da falsa esquerda direitosa. Essa foi a melhor parte do enredo: os meninos jogaram a isca e eles morderam. Tenho dito!
*Carlos Alberto de Jesus – Naput é doutor em Educação e professor do IFS
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