quinta-feira, 16 de maio de 2013

Movimento Não Pago realiza protesto contra o aumento da passagem de ônibus nas ruas de Aracaju


Na tarde desta quarta-feira (15/05), integrantes do Movimento Não Pago foram às ruas de Aracaju protestar contra o aumento da passagem de ônibus de R$ 2,25 para R$ 2,45. A manifestação ganhou a adesão de vários estudantes e trabalhadores que se encontravam no centro da cidade. Os cerca de 150 manifestantes fizeram um cortejo pelas ruas do centro de Aracaju para denunciar as fraudes no cálculo da tarifa e a forma truculenta como o prefeito João Alves Filho e a Câmara de Vereadores conduziram o processo de aprovação do aumento.

O ato se iniciou na Câmara de Vereadores, onde os manifestantes fizeram gritos de ordem e distribuíram panfletos denunciando os vereadores que votaram a favor do aumento. Todos os vereadores da bancada do prefeito João Alves Filho, exceto o que se ausentou da votação, aprovaram o reajuste sem fazer qualquer discussão embasada. Além disso, o processo de votação foi completamente antidemocrático. “A população foi impedida de assistir a sessão por ordem do presidente Vinícius Porto (Dem), que convocou um contingente da Guarda Municipal para proibir a nossa entrada. Insistimos em garantir o nosso direito e a Guarda nos atacou com spray de pimenta”, lamenta João Paulo, estudante e membro do Movimento Não Pago.


Os manifestantes seguiram até a Avenida Barão de Maruim dialogando com estudantes e trabalhadores, que aderiram ao ato e também mostraram sua indignação com o aumento da passagem de ônibus. Mesmo sendo a menor capital do nordeste e tendo um transporte coletivo sucateado, Aracaju possui a 2ª tarifa mais cara da região.


De acordo com Demétrio Varjão, economista e membro do Movimento não Pago, o motivo para o transporte coletivo ser tão caro em Aracaju são as fraudes contidas no cálculo da tarifa. “O cálculo feito pelo Setransp e SMTT inclui na tarifa custos que não existem, como: gastos com câmara de ar e protetores de câmara de ar, quando a frota de ônibus de Aracaju se utiliza de pneus com tecnologia sem câmara de ar. Outra grave irregularidade contida nas propostas da SMTT e Setransp é a inclusão de gastos com salários de cobradores em micro-ônibus e micrões, sendo que nesses veículos só há um profissional realizando as duas funções. Se for feita uma auditoria da planilha e forem retirados os custos que não existem, o valor da tarifa, ao invés de aumentar, deve ser reduzido imediatamente para R$ 1,82”.


Após interromper o fluxo de trânsito na Barão de Maruim, os manifestantes seguiram protestando pela Avenida Ivo do Prado, bloqueando uma das vias e conversando com os usuários do transporte coletivo que se encontravam nos pontos de ônibus.

Nos últimos anos, o valor da passagem aumentou mais de 150%, mas a qualidade do transporte só vem piorando. “A maior parte da frota de ônibus circula em condições precárias. Convivemos com ônibus velhos, quebrados, sujos e superlotados. No entanto, os empresários do transporte, que exploram o serviço ilegalmente, pois não há licitação, pediram mais um aumento, e mesmo com todas essas irregularidades, o prefeito João Alves Filho e a Câmara de Vereadores os atenderam” explica Flávio Valério, desempregado e integrante do Movimento Não Pago.


Estudantes secundaristas se somaram à manifestação, e também protestaram contra a conivência da prefeitura e SMTT que permitem que as empresas de ônibus descumpram várias leis municipais, que garantem direitos aos usuários de transporte, como as leis que garantem 1/3 do valor da tarifa para os estudantes do município, lotação máxima de 80 pessoas por ônibus, bem como a legislação que garante passe livre aos desempregados.
O ato se encerrou no terminal do Centro, onde os manifestantes dialogaram com os usuários do transporte coletivo e com os trabalhadores rodoviários, convidando-os a participar das lutas contra o aumento da passagem de ônibus e a favor de melhorias no transporte coletivo.


“A população não aceitará esse roubo passivamente. Mesmo que o poder público esteja a favor dos empresários, o povo de Aracaju está dando provas de que está cansado de ser tratado como gado, e quer acabar com esse sistema de transporte privatizado, que é completamente falido para nós, mas muito lucrativo para os empresários do setor”, desabafa Gustavo Fontes, advogado e coordenador do Movimento Não Pago.

A próxima manifestação ocorrerá nesta sexta-feira (17/05), às 15h, com concentração na praça da catedral.

2 comentários:

  1. "quer acabar com esse sistema de transporte privatizado, que é completamente falido para nós"

    Quem disse que é privatizado?
    É TERCEIRIZADO!

    Ou seja, o próprio Estado garante que as empresas possam fazer isso, é um cartel de preços também.
    Se não gosta desse serviço o pior culpado é o Estado. Será que isso acontece por exemplo em Hong Kong, a economia mais livre do mundo? Claro que não. Hahahaha

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